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HISTÓRIA COM PIPOCA

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O que temos a aprender com o Professor Polvo?

No documentário Professor Polvo, o narrador e documentarista Craig Foster revela o nascimento de uma relação afetiva entre ele e um polvo. Mas será possível falar em afetividade vinda de um molusco? Olhando as imagens das interações entre os dois, tudo sugere que sim, existe essa possibilidade. À medida que o filme se desenrola, a conexão se fortalece e os limites usuais entre polvos e humanos são ultrapassados no ambiente natural e selvagem do cenário: uma floresta submersa de algas gigantes no litoral da África do Sul.

Por Jonas Melman [1]

Publicado em 27 de maio de 2021 

Considerado um dos animais mais inteligentes da Terra, o polvo possui três corações, necessários para oxigenar e distribuir o sangue para os 8 tentáculos e a cabeça. Duas ferramentas incríveis o ajudam a se defender dos predadores: a camuflagem e a tinta preta. Dentre seus principais predadores estão: tubarões, raias, moreias, alguns peixes e também o ser humano.

[1] Jonas Melman é psiquiatra e psicoterapeuta, fundador da Associação Franco Basaglia, membro da Rede Gandhi: Saúde, Cultura de Paz e Não-violência. De 200X a 20xx, foi assessor da Área Técnica de “Cultura de Paz, Saúde e Cidadania” da SMS/SP que implementa políticas públicas para a superação da violência na cidade de São Paulo. É autor do livro Família e doença mental: repensando a relação entre profissionais de saúde e familiares, São Paulo: Escrituras Editora, 2006.

Nota: se você se identificou com o tema, o autor se coloca à disposição para sugerir um método de meditação que auxilia a compreender com mais profundidade a mente humana: jonasmelman1959@gmail.com

Polvos são animais solitários e só se relacionam com seres da mesma espécie para se alimentar ou acasalar. Quando está apta a se reproduzir, a fêmea libera feromônios para os machos ao seu redor. Conforme o macho introduz o esperma na fêmea por meio de um tentáculo, ele se cansa e pouco depois morre. A fêmea deposita os ovos em locais escondidos de predadores, cuida dos ovos até eclodirem e não se alimenta durante todo processo, morrendo logo depois. Acredita-se que apenas 1 em 100 polvos cheguem a vida adulta.

As múltiplas capacidades de um polvo

CHURCHILL CONTRA O NAZISMO

SWEET TOOTH: UMA FÁBULA DOS DIAS ATUAIS

Baseada na história em quadrinhos homônima de Jeff Lemire, a série Sweet Tooth aborda os 10 anos antes e após uma pandemia chamada The Great Crumble, que causou a morte de populações em massa e produziu estragos no planeta. O gancho principal do enredo é que, simultaneamente ao vírus, acontece o misterioso nascimento de bebês híbridos com partes  humanas e partes animais. Sem saber o que veio primeiro —se o vírus ou os híbridos —, muitos humanos passam a perseguir as crianças diferentes, tanto para exterminá-las quanto para utilizá-las em experimentos científicos em busca da cura da doença causada pelo vírus.


É nesse cenário que Gus, o menino meio humano, meio cervo, protagoniza esta fábula com um pé na realidade atual. Embora se passe nos Estados Unidos, a série foi filmada na Nova Zelândia, onde a Covid19 está controlada e proporciona cenas belíssimas da natureza ainda longe da destruição da pandemia.


O ator-mirim Christian Convery interpreta o menino-cervo com a leveza e a graça que o papel exige. Sob proteção do pai, o bebê-cervo passa dez anos isolado, longe de todos e em segurança dentro de uma casa improvisada no Parque Nacional de Yellowstone, sem saber o que se passa no mundo fora das cercas. Com o tempo, Gus é conduzido a uma amizade inesperada com o solitário caminhante Jepperd (Nonso Anozie), ex-jogador de futebol e ex-caçador de híbridos — logo apelidado pelo menino de Grandão.


Gus é um devorador de doces, daí ser carinhosamente chamado de Sweet Tooth (Bico Doce). Juntos, os dois seguem rumo a uma agitada aventura em busca da mãe do menino, de quem ele tem apenas uma foto e poucas pistas. No caminho, a dupla se depara com perseguições, novas amizades e descobertas importantes para entender o passado de cada um e quais pontos comuns os unem nessa bela amizade. Gus descobre, enfim, que o mundo fora da floresta é repleto de perigos e também de seres híbridos como ele, no encontro da identidade desejada. 


Sem ser didática ou prepotente, Sweet Tooth coloca na mesa (dentro e fora da fantasia) alguns temas importantes para os nossos dias: o medo do outro e do diferente, o ódio e a violência em situação de caos, a formação de milícias em um cenário desgovernado, as novas relações familiares, a importância da amizade e da confiança nas relações, a ética na prática da medicina e das experiências científicas.


O filme foi produzido pelo casal Susan Downey e Robert Downey Jr, pela DC e Warner. Merece ser visto em família, com adoração certa das crianças e ternura inesperada dos adultos. Tema de Cinema recomenda. Desde junho de 2021 no Brasil, a primeira temporada de Sweet Tooth está na Netflix. Que venha a segunda! 


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SWEET TOOTH

Título: Sweet Tooth

Título Original: Sweet Tooth

Lançamento: 2021, EUA, filmada na Nova Zelândia, Temporada 1 com 8 episódios

Gênero: Ação, drama, fantasia

Exibição: Netflix

Sinopse: Série de aventura, fantasia e ficção científica inspirada em HQ homônima da DC, pelo selo Vertigo, de Jeff Lemire. Com produção executiva de Susan Downey e Robert Downey Jr, Sweet Tooth é um conto de fadas pós-apocalíptico sobre Gus, um menino híbrido, metade humano e metade cervo, que se apega a um nômade solitário e parte em uma aventura extraordinária para sobreviver.

Produção: DC Entertainment, Team Downey, Warner Bros. Television

Elenco: Christian Convery, Adeel Akhtar, Stefania LaVie Owen, Dania Ramirez, Aliza Vellani, James Brolin (narrador), Will Fortel


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Clique para assistir na Netflix:

The Crown